segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Só é bom se doer

        Alguns homens me recriminam por falar sobre sentimentos publicamente, eles acham que isso é sinal de fraqueza, temem o julgamento das mulheres porque acham que tem que fazer a imagem do garanhão, que se homem falar de sentimentos abertamente vai ser taxado de bonzinho ou ingênuo. Na verdade não estou nem um pouco preocupado com isso, fazer uma imagem, não gosto de propaganda, porque toda propaganda é enganosa,  me interesso mais pelos mistérios da vida. 
        Vejam bem, a vida é muito mais interessante do que televisão, cinema ou literatura, quem vive intensamente vê poesia em tudo, até no mais simples e trivial momento e é bom lembrar que a vida não é nossa, a gente só pegou emprestado um pouquinho. Então, viver atrás de máscaras é viver numa prisão, quanto mais a pessoa se esforça para tentar ser diferente do que é, apenas para agradar os outros, principalmente as pessoas do sexo pelo qual tem atração, mais medo ela tem de que não gostem ou deixem de gostar dela e quanto mais medo ela tem, mais máscaras usa e aí se torna neurótica, tipo um cachorro correndo atrás do próprio rabo e não aproveita suas experiências, não cria vínculos verdadeiros e provavelmente vai ter que fazer terapia um dia para não surtar.
        Não tenho vergonha de falar sobre as minhas paixões não correspondidas, não acho que seja grande coisa, talvez tenha sido um pouco mais doloroso do que ter a unha do dedão de um pé arrancada jogando bola descalço na rua quando criança.
        Experiências ruins e dolorosas são comuns na vida de todo mundo, o que varia é a forma como as interpretamos. Imagine uma pessoa que tenha um filho assassinado, ela pode se revoltar, ficar ressentida e se tonar obsecada por vingança ou pode começar a se questionar sobre a morte, compreender as causas da violência, superar a perda e começar a lutar por um mundo menos violento. Todos sofremos, cabe a cada um escolher entre o perdão e a vingança, eu escolhi o perdão.