quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Mil e uma noites

        A gente sempre tem aquela fantasia de conhecer alguém com quem poderíamos conversar sobre tudo, que entenderia aquelas coisas só nossas que ninguém entende, com quem a gente poderia conversar quase que num código secreto. Um dia conheci uma menina assim no orkut, não me lembro muito bem mais, mas lembro muito mais do que gostaria, e se houvesse uma máquina como a daquele filme eu faria como o Joel, lembro que estava na faculdade, lembro que me viciei em conversar com ela no msn, como um vício numa droga forte, tipo heroína, ela virou minha heroína, minha Xerazade, mas dizia que não gostava de msn, apesar de ter conversado nele comigo por mil e uma noites online, não queria me ver pessoalmente, acho que tinha medo que eu mandasse matá-la.
        Eu achava que ela era única, que nossos diálogos eram únicos, existe uma química que antecede o sexo e que até o transcende que rola nos diálogos.
        Depois dessa Xerazade fiquei deprê, procurei qualquer aventura pra tentar esquecer, pra ver se parava de doer, mesmo que só por uma noite. O lance do sexo tem dessas ironias né, aí quando você procura uma mulher só para o sexo, uma que ainda não seja uma devassa, ela se entrega e quer se envolver, e aquele "eu nunca me envolvo" que ouvi da boca de uma mulher um dia se transformou em "eu quero algo mais sério" na boca das outras, mas agora sou eu que digo que não quero me envolver, tenho medo dos diálogos.

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